Todos temos os nossos dias… Dias bons, dias menos bons, dias maus e dias a que nem se deve atribuir esse nome…
Nestes últimos dias, sinto-me invadida por uma estranha nostalgia melancólica… Tenho visto e revisto fotografias com 5, 6 anos… algumas com mais tempo até… Revejo quem era com 20 anos e fico feliz por ter mantido os valores e integridade que tanto valorizo… (Os valores de cada um são sempre os mais correctos para essa pessoa, eu sei…)
Penso em tudo o que tive à minha frente e recusei… Empregos, contratos, editoras, pessoas… Penso nas escolhas que fiz que me trouxeram até ao hoje, ao aqui e ao agora… Que uma escolha diferente faria com que este momento não existisse… Este hoje não existiria…
Há uma frase que me acompanha há alguns anos “O futuro não se prevê, mas constrói-se.” Fui eu que construí o meu hoje, o meu presente… Mas olho para o passado e gostava de voltar a sentir muito do que senti… Não se trata de reviver as coisas, mas sim o que se sentia ao vivê-las…
Vejo uma foto de Abril de 2003… Parece que tem dois anos… Fisicamente estou igual… Mas, emocionalmente, sinto que me falta a paz de espírito que tinha… “Tudo é divino e santo visto assim...”, já dizia a poetisa… Deixei de ver o divino e o santo… Sou uma pessoa mais carregada e pesada do que quem fui… Os cabelos grisalhos anunciam a chegada da adultez que recuso aceitar… Não a quero…
Quero antes olhar para fotos antigas e, em olhares e em sorrisos, captar a liberdade, a paz e a inocência que me inundavam e esperar que transbordem um bocadinho para o presente…