quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Agora é a minha vez...

Open the door...










(conselho musical: WEAK-end - Hell U C Nations)

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Oh Leiria, moura encantada…













Leiria… Setembro de 2000 – Setembro de 2007…

Parece um obituário, mas não... Leiria não morrerá no meu coração... nunca... tenciono fazer desta cidade o meu "porto de abrigo"... No conforto de amigos... No percorrer de ruas...

Percebo hoje a beleza desta cidade... por mais defeitos que tenha... por mais bonita que seja a terra dos patos bravos...

Parto com vontade de ficar... não de voltar pois não chegarei a partir...

O coração fica cá, com as amizades... e não só...

Farão falta os cheiros com os quais me cruzo diariamente... o cheiro dos cafés que frequento, o cheiro dos amigos, o cheiro que se queda até à manhã seguinte...

Tanta coisa de que vou sentir falta... coisas que tento exteriorizar e outras que me esforço para não deixar sair...

Mas também faz falta seguir com a vida e procurar os sonhos ("Na terra dos sonhos podes ser quem tu és... JP")... poderei cumprir algo que me persegue desde que me lembro de ser gente... não ponho a minha vida em pausa... limito-me a vivê-la noutro sítio... sendo a mesma pessoa, geograficamente distante... mentalmente perto... afectivamente presente...

("Posso estar longe, mas não fujo...")

Devaneio: "Quem és tu?"


















Chegaste… não bateste à porta, com nada mais que as palavras "abre a porta" a porta abriu… para ti… Com a porta, abriu-se um mundo… combinam-se dois… O meu... O teu... Faz-se um outro: o "nosso"...

(Foto de Natasha Lyonne)

domingo, 26 de agosto de 2007

O meu “mundo”…


Hoje saí da minha órbita… fui passear até à terra da minha madrinha com ela e uma amiga.

Soube bem voltar a partilhar a companhia de alguém de quem estive afastada durante alguns anos… coisas da vida… pequenas coincidências…

Dei por mim num meio estranho, com pessoas que não conheço, em ruas que nunca vi… um “mundo” real paralelo ao meu… uma terra que tem a sua vida enquanto eu estou aqui… enquanto vivo a minha…

Seguimos para a “festa” lá da zona… talvez o meu espírito hoje não fosse o mais adequado, mas sinto que se estivesse num “território” meu, dançaria e pularia e sorriria… Mas não… fiquei quieta no meu canto… a ver a vida daquela terra, sem me incluir nela…

Penso… tenho o meu mundo, que pensava não ter… habituei-me, ou interiorizei, de tal forma os bares e discos que frequento que já não consigo sentir-me bem (não é propriamente sentir “bem”) em ambientes diferentes… Se for a ver bem, a maioria das minhas convivências actuais são pessoas do “meio” e acabo por começar a afastar-me dos locais “normais” (o quanto tenho evitado usar esta palavra neste texto)… Ou seja, auto-excluí-me da sociedade existente para além dos meus bares e das minhas discos…

Hoje, já cá, mas numa disco “n” (fica menos mal), olhava para o palco ao pé das colunas, onde actuam as bandas caso seja segunda-feira, e só me apetecia que começasse a música de início de show… e aparecesse “uma artista” “toda montada” e que fizesse um número daqueles brutais…

Vi "casais" e muita gente do "meio"... mas... não é a mesma coisa...

Eu que tanto me queixo da auto-separação, do facto de, cada vez mais, haver uma maior auto-exclusão à medida que o “meio” vai tendo mais espaços e mais bares, dei por mim a frequentar esses mesmos espaços de forma quase exclusiva…

Percebi hoje o que querem dizer quando me dizem «…. “o teu mundo”»… É que eu sempre respondi “Não podes afastar as águas nem separar as pessoas, somos iguais e blá blá…”… mas a realidade é que, não separando as águas nem as pessoas, criei um mundo meu… aquilo a que chamo o meu meio e as minhas convivências, os locais que frequento e os números que guardo no telemóvel, os códigos que distinguem a minha lista de contactos e o próprio vocabulário que uso… pertence tudo a um “mundo” que se separou… que se auto-exclui… em que me insiro com muita pena minha de ser causa e consequência dessa exclusão… É um mundo onde sorrio e rio e danço… onde sou verdadeiramente eu… onde olho à volta e conheço as caras… onde estão as pessoas a quem digo “adoro-te”, “és especial”… mesmo sendo pessoas “normais” (again) que estejam comigo a partilhar o espaço, abro-me e sou eu ao ponto de dizer as coisas que quero dizer… fico solta e proxemicamente mais honesta… os meus movimentos são diferentes, a minha linguagem gestual (LGP também) flúi de outra forma…

Portanto, sim… tenho o “meu mundo”… longe do mundo que a maioria das pessoas conhece… é o mundo onde insiro as pessoas com quem brinco… que me fazem sorrir… com quem choro quando preciso…

No entanto é um mundo onde só levo quem quero, quem me conhece e a quem quero mostrar quem sou, não falando de orientações, mas falando da essência do ser…

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Cozinhar para "alguém"...















Bem... este tema tem estado na minha mente há algum tempo e vai de encontro a uma teoria que tenho quanto a comida.

Eu defendo que se consegue ver o estado de espírito de alguém pela forma como essa pessoa cozinha. Por exemplo, uma febra feita sem qualquer interesse não sabe tão bem como a mesma febra feita com dedicação e carinho... dei o exemplo da febra porque é algo extremamente fácil de fazer e simples...

No entanto, surgiu-me uma comparação...

Há todo o preparar de uma refeição... e note-se que estou a falar de cozinhar para "alguém"... há o "saber se há tudo"... o preparar... há um certo carinho e entrega na confecção do prato... há um cheirar... há um provar... é preciso mais disto ou daquilo... há o cheiro que vai ficando no ar... entretanto está pronto e passa-se à fase seguinte... há o servir... há o saborear em conjunto... há a partilha... há a desgustação... há um sorriso... há a preocupação "estará bom?"... há o repetir... há novamente a satisfação de saborear o que é apresentado com o carinho da forma como foi feito... há o momento em que se sente que já se está satisfeito e se pousam os talheres...

Cordialidades pós:
"Estás satisfeit@?"
"Queres mais?"
"Estava bom?"
"Espero que tenhas gostado."

Possíveis respostas:
"Estou bem assim! Estava muito bom." - ou a sério ou "Onde é que vou a esta hora que esteja aberto?"
"Agora não. Mais daqui a pouco, se apetecer, eu sirvo-me." - ou a sério, ou "OK. Vou aguentar-me com fome para não parecer mal."
"Por acaso gosto mais do da minha mãe, mas é uma questão de hábito..." - ou a sério ou a mãe cozinha mesmo bem... ou desculpa esfarrapada para ficar por ali...
"Estava mesmo como gosto. Parabéns! Gostei mesmo." - ou a sério ou já a pensar numa próxima vez...

A cozinha é tão parecida com sexo...

(menos a parte do "por acaso gosto mais do da minha mãe"...)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

7 Maravilhas...

Como solicitado pela minha querida madrinha Isabel, vou passar a "qualificar" aquilo que considero as 7 Maravilhas da minha vida...

7. LER - Adoro perder-me em livros (ando a ler 3 ao mesmo tempo..)... tenho uma lista de blogs que sigo como se de uma história perpétua se tratasse... adoro ler... adoro ler gestos... ler olhares...

6. MÚSICA - Gosto de combinar as sensações interiores com sons que nos invadem... ora nos compreendendo, ora levando-nos para além da nossa órbita...

5. FOTOGRAFIA - Talvez a arte mais completa... pois consegue englobar qualquer outra arte...

4. CONDUZIR - Um dos meus grandes prazeres...

3. COMER - Para além de adorar cozinhar, adoro comer... Adoraria percorrer o mundo com um mapa gastronómico à frente... Porvar iguarias, descobrir paladares, novos odores, especiarias...

2. DORMIR - Muitos dizem ser uma perda de tempo... para mim é mesmo uma boa sugestão... dormir... em qualquer lado... sobre relva... na praia... no sofá... com ou sem música... apenas dormir...

1. Esta custou... até que saiu sem querer... PORTUGAL - A verdade é que adoro este país... por pior que esteja... por mais dores de cabeça que origine... A verdade é que me perdiria (já tantas vezes perdi) pelas estradas serpenteantes... quantos milhares de quilómetros já eu fiz para saborear este ou aquele prato? Fotografando tudo o que encontro pelo caminho... Quantas vezes dormi eu a respirar o fresco ar do Minho que tanto adoro... quantas vezes passeei apenas por passear nas margens do Rio Douro... Temos de admitir: só ficamos tristes, desiludidos ou zangados quando as coisas correm mal com o que nos é querido... se não gostássemos tanto deste cantinho lindo, não ficaríamos tão... "sem palavras"... com o que certas "personagens" lhe fazem...

Deixo o desafio a:

Cacao

Formiguinha

Sweet Porcupine

d.

girl blue

Espectrum

Mar

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Adeus... não afastes os teus olhos dos meus...











Cheguei a casa dos meus pais... venho do teu funeral...

Não voltarei a ver esse teu sorriso... Não voltarei a sentir-te agarrares-me... Não voltarei a brincar contigo... Não voltarei a... ver-te...

Guardo as boas memórias... lembro-me de te ter conhecido, há 10 (??) anos... quando te inscreveste para treinar... Lembro-me de nos terem apresentado há um ano na "noite" de Leiria... deixámo-nos rir (ao tempo que nos conhecemos)... sobretudo por me dar tão bem com o teu pai... sem saber que ele o era...

A tua presença vai fazer falta na "noite"... esse teu olhar...

Um beijo...

Região de Leiria

O Primeiro de Janeiro

TVI

Correio da Manhã 1

Correio da Manhã 2

Diário de Notícias

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Quando a Chuva Passar













Bem, por norma as letras das músicas são colocadas no blog das letras... o irmão mini mini deste... No entanto, e porque me apeteceu, deixo esta aqui...

Para quê falar,
Se você não quer me ouvir,
Fugir agora não resolve nada.

Mas não vou chorar,
Se você quiser partir,
Às vezes a distância ajuda,
E essa tempestade um dia vai acabar!

Só quero te lembrar de quando a gente andava nas estrelas,
Nas horas lindas que passamos juntos,
A gente só queria amar e amar,

E hoje eu tenho certeza: a nossa historia não termina agora!
Pois essa tempestade um dia vai acabar!

Quando a chuva passar,
Quando o tempo abrir,
Abra a janela e veja eu sou o sol.
Eu sou céu e mar,
Sou céu e fim,
E o meu amor é imensidão...

(Ivete Sangalo)

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Vazio...

Há já alguns dias que não sai nada para escrever... coisa rara... coisa estranha...

Mesmo depois de um fim-de-semana em que reencontrei amigas que não via há quase um ano... desde Setembro de 2006... o que há para exteriorizar não aparece nas pontas dos dedos... não se transforma em palavras... não se transforma...

Gostei de estar com o pessoal dos EDs... a petiscada... o jantar... os copos... foi muito agradável... Foi mesmo voltar atrás... ao local "temporal" que me transmite o tal cheiro que referi noutro texto...

Sabe bem voltar atrás... talvez por isso não tenha que escrever...

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

É só mais um dia mau...














São 18h30… chegaste a casa... Já tinha dado banho ao C. (como o tempo passa, ainda “ontem" o vimos chegar ao nosso mundo e já está quase a fazer 3 anitos) e estava a preparar o jantar… com o carinho e dedicação de sempre… sei que chegas cansado da fábrica...

Entraste acelerado, notei-o pela forma como fechaste a porta de casa. Ouvi o som das chaves atiradas com uma ponta de raiva para cima do móvel de pinho no hall… Não falaste… Sentaste-te no sofá… mudaste de canal... (ele estava a ver os desenhos animados)... O C. começou a chorar... Normal, estava a ver os desenhos animados... (ai o refogado!)...

Mexo o refogado… já estava distraída, a pensar no tempo… Pela porta da cozinha entram todos os sons dos teus gestos… do que fazes… abres o bar e serves-te… O dia deve ter sido mesmo mau… (Ainda nem disseste olá…)

- Olá! Como foi o dia na fábrica?

- O costume…

O C. cala-se…

Passa-se meia hora… tens a mesa posta e o jantar servido… chamo-te… demoras sempre o teu tempo… não gostas de vir assim que te chamo…

Sentas-te à mesa e lembro-me de quando passaste uma semana em casa dos meus pais… já lá vão 5 anos… íamos anunciar o casamento… Deste-te logo bem com o meu pai… falavam de caça e de futebol… Nunca gostei nem de uma coisa nem de outra, mas não interrompi nunca nenhuma das conversas… gostava de vos ver a falar...

- O que é isto?

- É arroz com passas e lombinho com cogumelos… tirei de uma revista.

- Eu não vou comer isto… Que raio!

Levantas-te furioso… vais para a sala… serves-te… Deves ter tido mesmo um mau dia… Queria contar-te o meu… Também foi mau e queria um pouco daquela tua atenção… aquela que já não sinto há quase dois anos… onde andas?

São quase 21h. A cozinha já está arrumada. Vou deitar o C. e talvez te faça companhia na sala, mas só um pouquinho… tenho a roupa por apanhar e passar a ferro… e acho que já tenho uma máquina de roupa escura para fazer…

O jogo deve estar a correr mal, pela quantidade de palavrões que te oiço dizer… já foste ao bar umas quantas vezes… o teu dia deve ter sido mesmo mau… deve ter sido como ontem.

Ainda há pouco o C. estava a perguntar porque tinha o braço pintado… (- Pu tem baço pintáu?) tentei explicar que não era pintado, mas uma criança de quase 3 anos não tem percepção das coisas… ainda bem… teria de explicar-lhe que tinha sido apenas uma exteriorização tua de um dia mau… ele não iria perceber… respondi que tinha estado a brincar com tintas na loja…

Vens ter comigo e dizes que tens fome... para te fazer algo que se coma...

- Estou a passar a ferro… Já aí vou…

A tua cara muda… (vou ficar com o braço “pintado” novamente)…

(Ao menos o C. já está a dormir, não tem de te ver a “pintar” o meu braço… as minhas costas… as pernas…)

Mas eu percebo… o teu dia foi mau… e eu estou aqui para ti… também precisas de libertar o teu dia mau... sou tua esposa para o bem e para o mal...

Há quantos meses não tens um dia bom?

. . . . . . . . . . . .

Em 1999, o Ano Europeu Contra a Violência sobre as Mulheres, 3358 pessoas foram maltratadas dentro das suas próprias casas em Portugal.
Os números da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vitima) revelam um crescimento de 15 por cento em relação ao ano anterior, mas a verdadeira realidade continua oculta pois esta é ainda uma questão considerada tabu.
Dos 4782 processos analisados pela APAV referentes a vários tipos de crime, 70 por cento inscrevem-se como violência doméstica.
O cônjuge/companheiro é o responsável pela maioria dos casos de maus tratos – 66,6 por cento do total. A ameaça/coacção representa 13,6 por cento dos processos.
As vítimas são sobretudo mulheres, seguidas das crianças, não sendo possível fazer um retrato tipo dos agressores. Tratam-se de pessoas tidas como normais e que se mostram bastante delicadas em público.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

7 de Agosto de 2003

















Chegámos a casa... já havia algo no ar há uns meses... Insisti... Durou quase dois anos...

Desde partilha de casa a repartir o espaço com dois bichos de 4 patas... Tantas saudades deles... ainda ontem de manhã me lembrei dos "cá-cá-cá" do Segen...

Posso afirmar que ainda te tenho num lugar muito especial... És a minha melhor amiga!

Estarei sempre aqui contigo... Espero ter-te a meu lado para, de outra forma, partilhares a minha vida, vivermos alegrias e tristezas, partilharmos momentos bons e outros não tão bons... e todas essas coisas que se vivem no maior dos casamentos: a Amizade.

E a nossa é de Ouro!
Beijo...

"...guardó negli occhi la ragazza,
quegli occhi verdi come il mare...
"

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mujer contra mujer













Nada tienen de especial
dos mujeres que se dan la mano
el matiz viene despues
cuando lo hacen por debajo del mantel

- Mecano -

Letra completa

Clip de concerto (1991)

Já há muito que queria deixar aqui esta letra... pensei se deveria deixar no blog das letras de músicas, ou no das imagens. Decidi então deixar nos 3 locais ao mesmo tempo... É uma música que merece ser partilhada...

A tod@s!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Suor... (devaneio)












O corpo que cansado e batido se entrega ao fim do dia... liberta-se do quotidiano e deixa-se ir... entre mãos e corpos envolvidos em suores que salpicam de mar os lençóis... o silêncio quebrado pela volúpia de entrega ritmada... perdendo-se na noite...

O suor frio sobre o corpo quente... os cabelos que se colam ao corpo... à cara... o desmoronar das barreiras... sem sentido, sem razão... apenas porque sim... sentir o peito que se agita... movimentos frenéticos... movimentos suaves... o silêncio... a respiração pesada e acelerada junto ao ouvido... o coração que acelera... o corpo que se estreita... a alma que foge no mesmo segundo... o relaxar... o beijo...

Foto: Fima Gelman

(Ia esquecendo os agradecimentos: à M., que me aturou durante este "devaneio"... Sempre ajuda a passar o tempo nos escritórios...)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Fazes-me falta...


















"Creio que me fazes - schiuuu! - assim, com uma vagar de embalo, sempre que a voz da minha consciência (seja lá isso o que for) sobe o tom para me acusar pelo que não te dei. Creio sem crer, como um condenado. Afinal de contas, não tenho nada a perder. Mesmo que os anjos não existam, as asas com que te vejo, sentada na beira da minha cama, do cume enlouquecendo da minha insónia, ficam-te melhor do que todas as toilettes. Esforço a imaginação, estendo-a até aos teus dedos, mas não consigo mais do que um ligeiro raçagar de asas. São lençóis que agito, bem sei - mas não me concederás a graça de transformar a fímbria do meu lençol na ponta dos teus dedos?"

in Fazes-me Falta, de Inês Pedrosa


(Um obrigada especial à M.C. que me enviou esta imagem há uns anos... you know what I like!)